Amor ao serviço


Para guardar no coração...

“Existem maneiras diferentes de servir,
mas o Senhor que servimos é o mesmo.”
(1Coríntios 12:5)


Resumo da ópera...

Servir a Deus e ao próximo com amor e excelência
é uma tarefa essencial do cristão.



PRA COMEÇO DE CONVERSA...
A Igreja, como organismo vivo, possui pelo menos cinco tarefas essenciais aqui na Terra: a adoração, a comunhão, o testemunho, o ensino e o serviço.
O serviço cristão ou διακονία [gr.: ‘diakonia’] diz respeito à disposição para atender como um servo, ministrando, apoiando, ajudando ou exercendo a caridade. Na igreja do Novo Testamento os diáconos ou diaconisas eram obreiros separados com a função primordial de auxiliar os apóstolos nas atividades administrativas das Igrejas e cuidar dos pobres, viúvas e necessitados em geral (cf. Atos 6:1-3). Para ser um diácono ou diaconisa era necessário possuir pelo menos três requisitos:
a)   fidelidade (ser de confiança);
b)   espiritualidade (ser cheio do Espírito Santo) e
c)   maturidade (ser cheio de sabedoria).
Por extensão, a Igreja foi chamada para servir e servir com amor e excelência. Logo, cada cristão precisa estar disposto a empregar todo o tempo, dons, talentos, habilidades e conhecimentos disponíveis para agradar a Deus e suprir as necessidades do próximo.

1. O SERVO DA ORELHA FURADA
Nos tempos do Antigo Testamento a escravidão era algo muito comum e poderia ser resultado de derrotas em campo de batalha, pobreza extrema, dívidas não pagas ou mesmo de uma viuvez feminina, já que naquela época as mulheres não podiam trabalhar fora e por isso viam-se obrigadas a se sujeitarem à escravidão para obterem seu sustento.
A Lei Mosaica estabelecia que um escravo israelita só poderia trabalhar para o seu senhor por seis anos e no sétimo ano ele deveria ser libertado. Contudo, se por algum motivo este escravo decidisse de livre e espontânea vontade permanecer na casa do seu senhor, ele seria levado perante as autoridades e, manifestada sua decisão, teria sua orelha furada pelo seu senhor e se tornaria escravo por toda a vida (cf. Êxodo 21:1-6).
A Igreja é constituída de todos os verdadeiros
“servos da orelha furada” do Novo Testamento, pois desde o momento em que decidimos entregar nossa vida a Jesus, já não pertencemos a nós mesmos, mas nos tornamos templos do Espírito Santo (cf. 1Coríntios 6:19) e propriedade exclusiva de Deus (cf. 1Pedro 2:9), separados por Ele a prática das boas obras (cf. Efésios 2:10).
Assim, já não temos mais escolha. Nossa vida, projetos e sonhos devem ser submetidos à vontade do nosso Senhor e Salvador. Não podemos ter outra atitude senão servi-lo incondicionalmente, nos esforçando ao máximo para cumprir Sua vontade.

2. SERVINDO AO SENHOR DE TODO O CORAÇÃO
O serviço cristão reflete o tipo de relacionamento que o crente tem com Deus. O salmista convida: “Servi ao Senhor com alegria...” (Salmos 100:2 - ARA). É a maior prova de amor que podemos lhe dar (cf. Marcos 12:33).
Servimos ao Senhor orando, jejuando, louvando, lendo a Bíblia, testemunhando com palavras e atitudes, entregando dízimos e ofertas, isto é, buscando em primeiro lugar a Sua vontade, colocando Deus como o centro da nossa vida.
Esta verdade nos lembra que Jesus nos deu o caminho do sucesso e da realização pessoal: “Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas.” (Mateus 6:33).

3. SERVINDO AO PRÓXIMO COM ALTRUÍSMO
Ser altruísta é agir motivado pela preocupação com o outro, por um amor desinteressado, desprovido de qualquer egoísmo ou da busca por benefício próprio. De acordo com a teologia paulina, esta atitude misericordiosa para como o próximo é motivada pelo amor ágape, o amor de Deus, que é paciente, bondoso, não é ciumento, não é vaidoso, não é grosseiro, não é egoísta, não fica irritado, não guarda mágoas, não se alegra com o erro alheio, nunca desiste, mas suporta a tudo com fé, esperança e paciência (cf. 1Corintios 13:1-6).
Servir ao próximo é servir a Deus. Jesus declarou que no Tribunal de Cristo, quando a Igreja será galardoada ou premiada por suas obras, o Senhor dirá: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram.” (Mateus 25:40).
Podemos servir ao próximo de diversas formas. Visitar um enfermo, coletar donativos para pessoas necessitadas, orar por alguém que esteja passando por dificuldades, auxiliar idosos em atividades domésticas são alguns exemplos de diaconia que qualquer um de nós pode realizar (cf. Gálatas 6:10).
João, o apóstolo do amor, aprendeu do Mestre esta importante lição de serviço ao próximo e nos recomenda: “Se alguém é rico e vê o seu irmão passando necessidade, mas fecha o seu coração para essa pessoa, como pode afirmar que, de fato, ama a Deus?” (1João 3:17).
Isto implica em dizer que a desigualdade social não é um problema que cabe somente ao Governo resolver, mas também à Igreja. A Igreja precisa ser vista como uma comunidade administradora de uma justiça que deve exceder a do mundo (cf. Mateus 5:20).
É importante ressaltar ainda que a Bíblia nos ensina a servir inclusive nossos inimigos. O Sábio nos ensina: "Se o seu inimigo estiver com fome, dê comida a ele; se estiver com sede, dê água." (Provérbios 25:21). E Jesus reitera: “... amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês” (Mateus 5:44).

4. JESUS, O SERVO SOFREDOR
O evangelho de Marcos, considerado o primeiro livro a ser escrito no Novo Testamento. Nele o caráter de Cristo é simbolizado pelo boi, pois apresenta Jesus como o Servo Sofredor.
João Marcos retrata um rabi ou mestre cuja liderança não se dava pela imposição ou opressão de seus seguidores, mas pelo compartilhamento de uma visão e pelo exemplo pessoal. Ele demonstrava verdadeiro interesse pelas pessoas.
Suas atitudes com relação às crianças, mulheres, enfermos e pecadores mostrou que todo serviço deve ser humilde e motivado pelo amor, apesar do status. Por isso Ele disse: “Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos.” (Marcos 9:35).
Jesus nos deixou o maior exemplo de serviço. Na noite da celebração da ceia que antecedeu a Sua crucificação, Ele decidiu espontaneamente agir como um escravo. Jesus tomou uma bacia com água e amorosamente passou a lavar os pés de seus discípulos.
Após o ato ele disse: “Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês, então vocês devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu dei o exemplo para que vocês façam o que eu fiz.” (João 13:14,15). Com aquela atitude Jesus queria demostrar sua humildade e a necessidade de servirmos uns aos outros. Com Ele também aprendemos que é impossível dissociar a adoração ou o serviço a Deus do serviço ao próximo. Foi ele mesmo que disse sobre si mesmo: “Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente.” (Mateus 20:28).

FIM DE PAPO...
O serviço cristão consiste na atuação consciente do discípulo de Cristo através da missão integral, assistência social e manutenção da comunhão dos santos.
Nossos avós já nos diziam sabiamente: “Quem não vive para servir, não serve para viver”. Portanto, como verdadeiros discípulos, façamos como Jesus e vivamos para servir!


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