O amor é lindo! [crônica]
Amor de mãe, amor de irmão, amor de
amigo, amor de mulher. O amor é algo fácil de sentir, mas difícil de explicar.
Tenho um palpite de que o amor é bem mais que um sentimento. É uma escolha, é
uma decisão, é sacrifício, é doação. A teologia afirma que Deus é amor. E Ele
provou esse amor entregando seu unigênito Filho para morrer no lugar dos
pecadores.
O cruel capitalismo, que tanta
competição, egoísmo e miséria tem causado à humanidade, não se acanhou em
macular o imaginário coletivo sobre a compreensão do que é o amor. Tornou-o
sinônimo de paixão. Transformou-o numa mercadoria barata vendida a rodo nos filmes,
novelas, reclames e reality shows da vida. Reduziu algo tão
sublime a um simples encontro de corpos nus, vulgarizando a imagem feminina,
associando-a a um simples objeto de prazer.
Esteja certo de que é falácia a
declaração de que alguém pode matar por amor. Pode-se matar por paixão, por
ciúme, por inveja, mas não por amor. O amor gera vida. O amor gera perdão. Sara
as feridas da alma, traz paz e cura a solidão.
Concordo com alguém que comparou o amor a uma plantinha que para
sobreviver, crescer e dar frutos precisa ser cuidada, adubada, regada, podada.
Não existe analogia mais adequada. Por desprezar esse princípio muitos casais
têm acabado seu matrimônio em poucos anos e até meses. Faltou aos cônjuges
certa dose de paciência, renúncia e, quem sabe, de romantismo.
Muitos acham que o casamento é uma
linha de chegada. Depois de conquistarem o marido ou esposa com quem tanto
sonharam, relaxam. E é aí que mora o perigo. Casamento é uma caminhada. A
conquista deve ser diária. O carinho, a gentileza, as palavras doces, a
cumplicidade, o sonho compartilhado não podem ser menosprezados, sob pena de
abrirmos brechas para traições, brigas, batalhas judiciais, sofrimento dos filhos e
o terrível divórcio.
Pensou que hoje eu ia dar sermão? Não.
Apenas cumpro a tarefa de advertir, de mostrar que tudo pode ser diferente, que
o fracasso não é seu destino inexorável. Ops! Já comecei a falar difícil.
Perdão! É mania de arremedo de cronista gabola.
Mas, pra não ficar só nas minhas
palavras, vamos ao “causo” de hoje, “para nossa alegria”:
“O casal, prestes a completar Bodas de
Ouro – cinquenta anos de casados – parecia haver
esquecido do romantismo dos tempos de namoro.
“A mulher que quase sempre é mais
sensível, mais emotiva e nunca esquece das datas importantes, disse ao marido: – Ô benhê,
sabe que dia é amanhã?
“O marido rispidamente respondeu: – É domingo,
sua besta!
“A esposa então, com voz melosa,
insiste: – Sim, eu sei que é domingo, mas você não lembra de que é um dia
especial?
“Ah, sim! É dia de missa. Mas pode
tirar seu cavalinho da chuva que eu não vou perder meu tempo ouvindo aquele
sermão cumprido e aquela cantoria sem fim – retrucou impaciente o esposo.
“A esposa tenta então sensibilizar o
maridão displicente: – Filho, você não tem jeito, mesmo. Amanhã é nosso aniversário
de casamento. Vamos comemorar bodas de ouro! E eu pensei que a gente podia
matar o capado e fazer um churrasco.
“O marido, contrariado, deu um pulo da
cadeira e exclamou: Para com tua graça que o bichinho não tem nada a ver com
isso.”
Moral da história: O amor é lindo, mas
pode ficar feio, murchar e morrer, se não for cuidado, se não for alimentado.
Então ame. Ame sem reservas, sem
preconceitos, sem interesses. Demonstre esse amor com palavras, mas também com
ações. Seja feliz ao lado de quem te quer bem.
Penso, logo digo!
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